sábado, 25 de junho de 2011

Uma comida de boteco servida com sofisticada simplicidade, elegância e refinamento.


Um sujeito me liga em tom provocador perguntando por que não sirvo minha comedoria empratada, num buffet volante.
Em primeiro lugar porque sou botequeiro, gosto da informalidade e do bafafá de um botequim.
Adoro ver os donos da festa circulando, indo de mesa em mesa para papear, recebendo os convidados no maior astral.
Segundo: festa de botequim tem que ter pagode, tem que ter um som, gente alegre, se divertindo no ritmo da melodia do lugar. Servir empratado tira a mobilidade do pessoal, que acaba ficando com fome ou comendo comida fria. Não tem nada a ver, mas com gente passando fome por ai é pecado jogar comida fora, só porque esfriou.
Nas mesas que monto o que não falta é rechaud, a não ser quando delivery.
Terceiro: servido numa ilha gastronômica o convidado come ou belisca aquilo que quer, na hora que quer ou der vontade. E tem mais: se gostou do prato e só pedir que a gente repete a rodada. Embora com limites, a variedade de itens apresentados possibilita que todos de deliciem sem passar fome.
E por ai vai. Parar a festa, interromper a dança ou o bate-papo para forçar comida, em festa de boteco... não dá!
Mesma coisa o bar. Tem que estar aberto o tempo tudo, sem a ditadura de um garçom.
Senão, porque haveria o sujeito de contratar um Chef especializado em comida de bar e restaurante para fazer a sua festa?
Melhor seria contratar um desses buffet emprumados, cheios de requinte e de salamaleque para lhe servir.
Nem por isso deixamos de servir com sofisticada simplicidade, elegância e refinamento.
Bom gosto e educação a gente adquire, e fim de papo!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Compras online já foram feitas por 19% dos internautas brasileiros, diz Ipea

Esse porcentual representa 11,97 milhões de pessoas de um universo de 63 milhões que acessaram a web em 2009

Wladimir D'Andrade, da Agência Estado

"Dezenove por cento dos internautas brasileiros já fizeram compras de produtos e serviços pela internet. Esse porcentual representa 11,97 milhões de pessoas de um universo de 63 milhões que acessaram a web em 2009, segundo a sondagem "Vendas Online no Brasil: uma Análise do Perfil dos Usuários e da Oferta pelo Setor de Comércio", realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com a pesquisa, divulgada hoje (2) em Brasília, o perfil do consumidor que faz compras online é de homem que pertence à classe A, tem entre 35 e 44 anos, possui ensino superior completo, mora na zona urbana e está empregado.

Por região, os internautas do Nordeste são os que menos utilizaram a web para o consumo de produtos e serviços - apenas 12%. No Sudeste é onde se encontra a maior proporção de compradores online entre os internautas (23%). A região é seguida de perto pelo Sul (20%), Norte (19%) e Centro-Oeste (19%). Além disso, os homens estão mais abertos a compras pela web que as mulheres. Do total de internautas em 2009, 22% dos homens fizeram compras online; entre elas, foram 17%.

A pesquisa do Ipea mostra que as compras pela internet já fazem parte do cotidiano de mais da metade dos internautas da classe A: 59% adquiriram produtos e serviços por meio do comércio eletrônico. Na classe B, 33% já compraram online; na classe C, 13%; e nas classes D e E, 5%.

Esses dados são parecidos quando o nível de educação do consumidor é analisado. Enquanto o comércio online já tem a adesão de 41% dos internautas com ensino superior, ele está presente na vida de apenas 7% dos usuários que têm só o ensino fundamental e de 18% dos que cursaram ensino médio.

A faixa etária que mais recorre ao comércio de produtos e serviços pela internet vai dos 35 aos 44 anos (29%), acompanhada de perto pelos que têm entre 45 a 59 anos (26%) e dos que estão entre os 25 e 34 anos de idade (26%). Vêm em seguida os internautas com mais de 60 anos (22%) e os da faixa que vai dos 16 aos 24 anos (18%). Já na faixa entre 10 e 15 anos, só 4% dos usuários já compraram pela internet.

Qualificação

A falta de mão de obra qualificada que afeta a indústria brasileira também é um problema para o setor de comércio eletrônico. O levantamento "Vendas Online no Brasil: uma Análise do Perfil dos Usuários e da Oferta pelo Setor de Comércio", divulgada hoje (2) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que o número de empresas que utilizam a web como canal de venda cresceu 269% de 2003 a 2008. Apesar dessa evolução, o número ainda é "inexpressivo" quando comparado ao total do varejo brasileiro. E a carência de trabalhadores qualificados para funções de tecnologia da informação (TI), segundo o Ipea, é um "fator importante" que limita o desenvolvimento do comércio eletrônico.

Luis Claudio Kubota, pesquisador do instituto, afirma que, na média, o setor de compras online emprega menos mão de obra qualificada que a indústria. "E-commerce não é passe de mágica. Para colocar um site de compras no ar é necessário toda uma retaguarda de tecnologia da informação para atender o usuário, além da questão logística", afirmou, em entrevista coletiva realizada em Brasília transmitida online.

A sondagem do Ipea mostra que, entre 2003 e 2008, o total de empresas que abriram canais de venda pela web passou de 1.305 para 4.818, o que corresponde a apenas 0,4% do total das companhias varejistas. A receita passou de R$ 2,4 bilhões para R$ 5,9 bilhões, aumento de 145%, mas ainda assim representa menos de 1% do total da receita do varejo brasileiro. "Esse processo de mudança está concentrado nas capitais e nas grandes cidades", disse Kubota.

O comércio não especializado - hipermercados, supermercados, lojas de departamentos e mercearias, entre outros - responde por 24,7% do total das vendas online e o de outros produtos em lojas especializadas, 73%. O restante se enquadra no comércio de produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%) e de tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados (2,1%)."