sábado, 25 de junho de 2011

Uma comida de boteco servida com sofisticada simplicidade, elegância e refinamento.


Um sujeito me liga em tom provocador perguntando por que não sirvo minha comedoria empratada, num buffet volante.
Em primeiro lugar porque sou botequeiro, gosto da informalidade e do bafafá de um botequim.
Adoro ver os donos da festa circulando, indo de mesa em mesa para papear, recebendo os convidados no maior astral.
Segundo: festa de botequim tem que ter pagode, tem que ter um som, gente alegre, se divertindo no ritmo da melodia do lugar. Servir empratado tira a mobilidade do pessoal, que acaba ficando com fome ou comendo comida fria. Não tem nada a ver, mas com gente passando fome por ai é pecado jogar comida fora, só porque esfriou.
Nas mesas que monto o que não falta é rechaud, a não ser quando delivery.
Terceiro: servido numa ilha gastronômica o convidado come ou belisca aquilo que quer, na hora que quer ou der vontade. E tem mais: se gostou do prato e só pedir que a gente repete a rodada. Embora com limites, a variedade de itens apresentados possibilita que todos de deliciem sem passar fome.
E por ai vai. Parar a festa, interromper a dança ou o bate-papo para forçar comida, em festa de boteco... não dá!
Mesma coisa o bar. Tem que estar aberto o tempo tudo, sem a ditadura de um garçom.
Senão, porque haveria o sujeito de contratar um Chef especializado em comida de bar e restaurante para fazer a sua festa?
Melhor seria contratar um desses buffet emprumados, cheios de requinte e de salamaleque para lhe servir.
Nem por isso deixamos de servir com sofisticada simplicidade, elegância e refinamento.
Bom gosto e educação a gente adquire, e fim de papo!

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